22 de mar. de 2008

Oitavas Rimas

I
Arfando por entre as sendas do mundo
Onde em bravo clangor surdo dos ventos,
Atravessas num só gemer profundo,
Flores, espinhos, dores e tormentos
Sob o peso e a opressão do fardo imundo
Que tu carregas em teus pensamentos.
Guarda dentro do peito o sentimento
Que te acompanha desde o nascimento.
II
Com aquele ânimo pálido e tristonho
Que tu caminha em leve solidão,
Diante de enfadonha escuridão
Flameja e arde ante o teu perfil medonho
Nos turbilhões esplendidos do Sonho
Encantadora e êfemera Ilusão.

Ânsias, Desejos, clarões de Alegria
Que consomem- te e, somem noutro dia.