TONIFICANDO
A MUSCULATURA DA PALAVRA
Todas as manhãs somos arremessados delicadamente
com técnica de amansador de cavalo árabe
no corredor de um abatedouro clandestino.
?onde a cabra que pastava nos meus sonhos
?onde o leitão que bacorejava no meu curral
?onde o boi que mugia no meu cocho.
tontura
e zonzeira jambo vendo a humanidade pendurada naquele gancho.
Bastante verde coentro bastante
verde rúcula
esverdear enquanto alecrins
esverdeado enquanto agrião
para tolerar a bosta o esgoto a foça a caganeira a disenteria
que tentam despejar no meu riacho.
e
prosseguimos com a proteína que a gente
nutre a cada segundo
filhote
de vaga-lume conquistando o neon de suas luzes;
roxo amarelo que a cada minuto
vai
abraçando seu ipê;
chacrona que a cada manhã
segue
assumindo a enxurrada de cores brilhantes na haste e na folhagem.
retornar
a missa de beatificação de Rosa Egipciana, Nhá Chica e da palavra Ânimo
pois somos
roças longínquas
hectares de mata atlântica distantes
alqueires sonhando - se lavouras .
O mágico
Barjesus prega aqui na ilha de Parfos
e
revisto - me com a cartilagem dos ossos dos ombros de
Simão de Cirene
para não
sentir a cabeça triturada dentro desta
brusca betoneira
que é a digestão de uma baleia
que possui a mesma largura dos nossos dias.
Aqui
trafega – se pelo spa e pela madeireira num átimo.
Racha todas
as vidraçarias e marmorarias quando ele passa.
e um
sentimento do tamanho de um crocodilo quer morder a região da pélvis.
A
palavra pretende ser o encanamento que
estoura.
cabrito que desaleita e logo se
aquieta na vastidão do pasto
e regurgita a modulação do berro.
Se lacta da via láctea .
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DE IMPLOSÃO ESTRELAR IRIDESCENTE NA PUPA
certas ocasiões
ocasionando
queimaduras e irritações na pele da gente
que só
depois se sente o alívio de um assopro.
É a
cálida calma da taturana caminhando na palma
da mão.
ânimo
nestes dias
deixam
as artérias
como fios de alta tensão desencapados.
Quando
demolem meu teto com chutes e tapas
nuvens
carregadas chegam para ensinar - me a relampejar.
Quando o
mundo,
ferro de
martelo e de marreta, despenca no pé do
meu verbo caminhar
vejo -
me entre o rosnado de gatas siamesas na
laje
e o
rompimento das comportas e adutoras da usina hidrelétrica.
Mas
a
tranquilidade do besouro pardo que vinca
o
estresse acinzentado e o trânsito da
rotina
torce
contorce a carótida deste barulho baço
que nos
envolve
como cidade
como aço polvo
tentáculos
como abraço.
massagens aiurvédicas ao invés de socos arranhões e pontapés
no reboco da quitinete do corpo
( este manicômio que acolhe anjo )