30 de dez. de 2007

Ramalhete da Noite

Cascateia á franja lúgrube da noite
Calçando há madrugada, ávida encontrar,
Calcando sobre o cume dos montes
Com há elegância de seus traços ilusórios,

Circunvalando com o trastejar dos ventos embriagados,
Margeando á orla d’almas,
Com teus adornos que maculam os olhos do sentimento,
Á teus aromas, absinto, rastejando as narinas do desejo,

Há flechas de tormento que expeli seu sorriso,
Encadeando-nos no silencio dispare.
Ao crivar da medula, na inclemência de teus acenos
Ladeado aos ouvidos num ulular de inquietação;

No prelúdio insalubre do encontro,
Constrói seus ninhos nas fendas do coração.
Com teus afagos nauseantes, sobre as pétalas do corpúsculo marejando,
E o tatear nas envergaduras da fronte.

Abraço, inflamado de engano, entrelaça os lombos,
Ofegante e minguado.
Azeitando os lábios secos da vida.
Ao ardor deste encontro com há noite,
Ergue o ramalhete de insônia com ramos em chamas de solidão.